Sofia Mandelert
Nada brilha mais do que um espelho
Dentro de um coro eu só escuto distinguo a sua voz. Nenhuma multidão é capaz de te diluir.
Nos seus discursos Nas suas mil palavras eu sei exatamente quais eu te dei e quais você roubou. Sua boca, um museu de quem eu já fui.
No oceano eu também sei qual gota entre litros é a lágrima que chorei ontem. Águas não são todas iguais.
No grande palheiro eu encontro mesmo que vendada mesmo que às cegas a agulha.
Encontro porque conheço essa agulha bem demais. Todas as suas dimensões O seu cheiro de metal e ameaça Tudo que ela já furou.
Sou capaz porque essa agulha é minha e tudo que é meu me chama na minha própria voz
Grita o meu nome dentro de todos os abismos e qualquer imensidão